Nesta tarde a Assembleia realizou Sessão Solene alusiva aos Festejos Farroupilhas, na qual fiz um pronunciamento na tribuna em nome da bancada do PDT.
Segue a íntegra do discurso:
As manifestações da Semana Farroupilha que acontecem dentro e fora do Rio Grande do Sul, neste período do ano, não são comemorações pela Revolução Farroupilha e sim uma reverência ao fato histórico.
Gostaria de levantar uma questão que pouco se fala e muitos dos que olham de fora do movimento cultural, principalmente os opositores do cultivo à tradição, possuem uma leitura equivocada.
Comemorar uma guerra seria algo à beira da loucura. É claro que não fazemos isso.
- Comemoramos a hombridade dos gaúchos que foram capazes de um levante, em protesto ao governo central, que na época era imperialista;
- Reverenciamos a valentia dos compatriotas, que com tropas inferiores em número, foram superiores em diversas batalhas;
- Louvamos a sede de liberdade de um povo e o amor pela terra;
- Comemoramos o surgimento de heróis que se levantaram do anonimato para se tornarem referências na luta por um ideal de liberdade;
- Exaltamos a memória do Seival, quando Souza Netto proclamou a República Rio-grandense e inclusive, louvamos o amor republicano, que não era o principal objetivo da Revolução Farroupilha, mas que se tornou necessário num importante momento dos embates.
- Festejamos o salto de desenvolvimento social e econômico do Rio Grande do Sul nos nove anos em que foi administrado pelo sistema republicano rio-grandense;
- Nos orgulhamos daquilo que Garibaldi afirmou no fim da vida, que “com a cavalaria do Rio Grande ele conquistaria o mundo”.
- E por fim, aplaudimos a Paz do Ponche Verde, que nos deu o senso de humildade e a compreensão de que a maior vitória é viver com dignidade e transformar todos estes momentos em reflexão, para a consolidação da sociedade gaúcha;
Por isso hoje cantamos, dançamos e festejamos.
Comemoramos sim, a nossa forma de ser e estar no sul do Brasil, com esta identidade rural que tanto nos identifica perante nossos irmãos dos demais estados brasileiros; reverenciamos o homem do campo que mantém viva a nossa identidade sobre o lombo do cavalo, no reponte da tropa, na força e na perícia de um alambrador, de um sogueiro, de um domador, de um agricultor e de tantas outras atividades campeiras que forjam o gaúcho rio-grandense;
E, ao contrário do que alguns falam, o verdadeiro gaúcho ainda existe sim. É só andar pelos confins do Rio Grande do Sul que vamos nos identificar com nossos irmãos, homens e mulheres valentes que enfrentam o trabalho rude do dia-a-dia dos campos, com um sorriso nos lábios e uma prosa agradável, entre um mate e outro e uma carne gorda pingando no braseiro.
Comemoremos então, o que entoamos no nosso sagrado hino, que foi composto no período da guerra:
“Mas não basta, pra ser livre, ser forte, aguerrido e bravo. Povo que não tem virtude acaba por ser escravo.”
Luiz Marenco.
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